O Restaurante

Com 28 anos de tradição, o “Porco no Tacho” se consolidou e se tornou conhecido em Maringá e região. A iguaria surgiu meio por acaso, para servir amigos  e parentes, quando era apenas uma venda de beira de estrada. O prato foi tão apreciado que eles resolveram investir no negócio e assim abrir um restaurante na beira da rodovia BR-376, que hoje atende 2000 pessoas todos os fins de semana.

Para desfrutar dessas delícias, o atendimento é de terça à domingo e feriados no almoço e toda sexta feira no jantar com muisca ao vivo. O prato trazido pelos pioneiros é muito próximo da comida mineira. Embora mais puxada aos dotes dos “pés vermelhos”, do norte do Paraná, com tempero inigualável.

O restaurante funciona todas as sextas-feiras à noite com jantar dançante, de terça à domingo e feriados na hora do almoço. E a comida típica, em vez de ser servida na mesa, de forma tradicional, é fornecida no “moderno” sistema self-service.

“Aqui, todos podem comer à vontade”, observa a especialista da cozinha e dona do restaurante, Maria Cantagalli. Mas não é só ela responsável pela delícia gastronômica. A família inteira, literalmente, coloca a “mão na massa”. São filhos, noras, netos e bisneto que trabalham no restaurante. Mais de vinte colaboradores da comunidade vizinha ajudam nos quitutes e atendimento as mesas.

Ao contrário do que se imagina, o grupo de suínos selecionados não são criados pelos Catagalli. Eles compram a carnes de produtores da região. “Consumimos cerca de 1000 kilos de porco por semana” afirma o Sr. Joaquim Cantagalli.
Para preparar o porco é necessário tacho de ferro, fogão à lenha e é claro, muita carne temperada 12 horas antes. Com a sobra eles fazem banha, pururuca, torresmo e até sabão caseiro.
No acompanhamento do prato, Porco no Tacho, contra filé na grelha, copa de porco assada, linguicinha de porco pura, torresminho a pururuca, codiguim, macarronada, feijão com couro de porco, frango frito, charque acebolado, feijoada e saladas diversas.”, diz.
Dona Maria afirma que não há nenhum segredo no preparo. A receita é amor pelo trabalho e uma pitada de um tempero saboroso.

Turistas da Espanha, Estados Unidos, Argentina, Chile, Paraguai, Deputados, Vereadores, juízes, secretários, radialistas e jornalistas da região já aprovaram a comida.

O restaurante em São Domingos funciona em um espaço simples, com capacidade para 800 pessoas e fica de frente para a zona rural. Ao lado da BR 376, com fácil acesso do centro de Maringá, sendo 10 minutos de carro.

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O Restaurante

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Porco no Tacho Restaurante

Porco no Tacho Restaurante

O mineiro Joaquim Cantagalli e a paulista Maria Rossi se conheceram no final dos anos 50 durante os jogos de futebol de final de semana e em terços realizados na Quaresma, comuns naquela época. A família de Maria veio de Birigui com sonho de se estabelecer nas novas terras do Norte do Paraná. A família de Joaquim preferiu plantar café, em Londrina onde ficou por alguns anos. Depois disso, em 49, o pai do jovem de 19 anos veio a Maringá onde adquiriu 15 alqueires de terra (mais mato do que terra, aliás) e aos poucos foi iniciando sua lavoura. O pai de Maria, chegou um pouco antes, em 47, e iniciou o trabalho com uma destilaria produzindo uma das melhores cachaças da época. 

Os dois pioneiros casaram-se em janeiro de 51 na antiga catedral de madeira e hoje moram no mesmo local em que se conheceram: o sítio Placa São Domingos, um bairro de Maringá a 12 kilômetros do centro da cidade. Maria Rossi Cantagalli, 63, diz que a viagem do interior paulista até o local escolhido por seu pai para fixar moradia e tentar a sorte foi boa até chegarem na região do Maringá Velho. “De lá pra cá, até chegar no São Domingos também não tivemos muitos problemas mas, do São Domingos até o sítio que meu pai havia comprado era uma picada estreita aberta na mata. Um pessoal vinha na frente cortando os cipós que desprendiam das ávores para que eles não se enroscassem na mobílis do caminhão”, relembra. Joaquim Cantagalli diz que era um “sacrifício” vir até Maringá. 

“Existia um ônibus que passava poucas vezes ao dia em frente do sítio. Quando chegava tinha mais gente em cima do que dentro. O melhor mesmo era ir à pé e a marcha durava uma três horas. Ele lembra que na região do Fim-da-picada foi construída a primeira zona de meretrício da cidade. “Eram umas taperas feitas com tronco de palmito e cobertas com folhas de palmeira. Era horrível passar por lá. De vez em quando eu e meu irmão, que era casado na época, passávamos de charrete e aquelas mulheres, umas cinco, seis, corriam atrás e tentavam se pendurar no veículo. Teve muita morte naquele local. Os Homens passavam a semana inteira derrubando árvores e no final de semana recebiam o pagamento pra gastar no lugar. Depois de beberem acontecia as brigas que sempre resultava em uma ou até mais mortes.

Onças e Cavalos

O casal afirma que naquela época não havia roubos e o fruto da colheita-batata, café, feijão e arroz, além das ferramentas de trabalho, eram deixados ao lado do carreador sem que qualquer pessoa os tocasse. “Naquele tempo era muito melhor do que hoje. Esse tipo de violência, contra o patrimômio das pessoas, não existia”.
Como todos os colonizadores, Joaquim e Maria utilizavam os lampiões para iluminarem a casa. Ele diz que quando havia escassez de combustível, o óleo de mamona cumpria a tarefa com eficiência. O grande desafio para os habitantes era o transporte deficitário e o lamaçal que se formava após qualquer pancada de chuva. Maria Cantagalli lembra que o carro que trazia de volta após o casamento com o marido, ficou atolado na subida do Maringá Velho (onde hoje existe um semáfaro). “Tive que erguer o vestido da noiva e andar no meio do barro até um caminhão. Carro pequeno ali não passava de jeito nenhum”. 

Perguntando se viu alguma onça no meio do mato, Joaquim afirma que nunca teve contato com qualquer animal selvagem, mas conta uma história presenciada por seu irmão e que abalou os moradores da região do Sítio São Domingos. Havia o “ bar do cachorro”, feito de tronco de palmito, na estrada que liga Maringá a Paranavaí – na época Estrada Colombo – onde atualmente se localiza a fazenda da Cocamar. 

Existia a suspeita de que uma onça estava habitando a região e todos foram aconselhados a se precaverem. Durante o dia, os cavalos ficavam inquietos quando passavam pelo local. Certa tarde, dois viajantes cansados que percorriam a região resolveram dormir à margem da estrada. No outro dia, pela manhã, apenas um deles se encontrava no lugar em que dormiram, e seu companheiro havia desaparecido. Uma operação “pente fino” foi montada pelos moradores. Algumas horas depois, um grupo encontrou as duas botas ensangüentadas do rapaz que havia desaparecido. Seu corpo, segundo Cantagalli jamais foi localizado. “ Até construíram uma pequena capela no local do ocorrido e que pode ser vista até hoje”, contou.

Hoje, Joaquim Cantagalli vive com a esposa numa chácara menor por ter sido desmembrada através de venda de terras ao seu redor. Ele tem quatro filhos, netos e bisnetos, dedica-se a aproveitar os “tempos modernos” cuidando do quintal e criando passarinhos, uma de suas paixões. Às sextas, sábados e domingos os filhos e netos do Sr. Joaquim, preparam, temperam e fritam deliciosos porcos nos tachos, já tradicional no bairro e que é consumido por uma legião de convidados que lotam o salão construído ao lado da famosa “Venda São Domingos”.

Onças e Cavalos

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